domingo, 19 de junho de 2016

A FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL

A FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL

*Mauro Ferreira de Souza é Bacharel em Filosofia e Teologia (Universidade Mackenzie), Direito (UNIB), Especialista em Filosofia Contemporânea e Historia pela (Universidade Metodista) e Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Mackenzie São Paulo. Doutorando em Filosofia.
          Currículo CNPQ:  http://lattes.cnpq.br/6652104071439857

O papel da Filosofia é estimular o espírito crítico, portanto, ela não pode assumir uma atitude dogmática nem doutrinária; deve apresentar, de maneira plural, teorias diversas e estimular a discussão, porém de maneira sistemática e com método. Nada existe sem um método adequado e progressivo. É justamente esse potencial de diversidade de abordagens e de variedade temática que permite o exercício da função crítica, da dúvida, da experiência e lembrando o método socrático, o da interpelação. É nesta perspectiva que defendemos que os alunos do ensino fundamental, especialmente nas últimas três séries deste, tenha contato ainda que menor com a Filosofia.

Historicamente, o ensino da filosofia começou com os Jesuitas desde o estabelecimento da colônia portuguesa no século XVI.

Em 1961, com a lei 4.024/61, a disciplina deixa de ser obrigatória e torna-se complementar, visto que, por esta razão, o ensino desta disciplina começa passar por um processo de declínio quanto a sua valorização. Durante o Regime Militar, a partir de 1971 com a Lei 5.692/71, definiu-se no ensino secundário o objetivo de proporcionar o desenvolvimento das potencialidades que qualificassem os alunos para o trabalho e não para a formação consciente do exercício da cidadania. Com estas exigências, o governo suprimiu a filosofia do ensino secundário, encontrando outras disciplinas relacionadas ao civismo para substituí-la. Desta forma, a disciplina de filosofia praticamente desaparece dos currículos escolares.

A Lei mencionada  criou as disciplinas: Educação Moral e Cívica e, Organização Social e Política do Brasil (OSPB), baseada na Lei 5.692/71, que instituiu obrigatoriamente o ensino profissionalizante. Na época valorizava-se uma formação técnica e não humanista. As duas disciplinas eram encaradas como 'perigosos instrumentos', capazes de formar sujeitos "subversivos", representados por movimentos populares, uma vez que a Filosofia garante a possibilidade de não aceitar respostas prontas e impostas, desenvolvendo, assim, o raciocínio lógico e a construção de argumentos inteligentes. Já a Sociologia, permite uma visão sistemática sobre a realidade nos diversos âmbitos, reforçando a ideia de que todos são agentes de transformações sociais.

Por outro lado, é importante que o programa não seja restritivo, mas contemple uma multiplicidade de temas sempre com preocupação de permanecer dentro da especificidade dos temas genuinamente filosóficos. Aliás, desenvolver uma didática adequada para os alunos na faixa etária do ensino fundamental.

O Estudo específico da Filosofia como disciplina obrigatória no Ensino Fundamental tem um papel de tamanha importância, pois é a tarefa pedagógica de fundamentar o pensamento para evolui-lo no Ensino Médio, tendo em vista que no Ensino Médio a Filosofia já é uma realidade, segundo a Lei 11.684/2008[1] em consonância com a Lei 9.394/96[2] Diretrizes e bases da Educação Nacional.

A reabilitação da Filosofia no Ensino Fundamental e Médio, tem como objetivo contribuir com a restituição do rigor do pensamento e com a formação de um repertório cultural mais crítico, que saliente momentos marcantes do pensamento ocidental e das instituições construídas no seu contexto. Também, cumpre-lhe despertar habilidades e resgatar a cidadania enquanto participação consciente, crítica e construtiva no interior do corpo social.

            O estudante de Ensino Fundamental deverá estudar tópicos relativos à ética e à filosofia política, tendo oportunidade de conhecer e discutir algumas idéias fundamentais da formação de nossa cultura política pública, como as idéias de democracia, legalidade, poder, dever moral, liberdade e virtudes.

            Assim, filosofia habilita o homem a conhecer; a formação humanista, que refina a sensibilidade humana, e a formação ética, da moral, da cidadania que se ocupa com a conduta humana. A Filosofia, portanto, pergunta pelo sentido integral da educação do homem.


LIVROS  DIDÁTICOS  INDICADOS E REFERÊNCIAS

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. 4a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2003.

BOSCH, P. Van Den. A filosofia e a felicidade. Trad. Maria Ermantina Galvão. E. M. São Paulo: Martins Fontes, 1998. CHALITA, G. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006.

CHAUÍ , M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2003.

___________. Filosofia. São Paulo: Ática, 2000. (Série Novo Ensino Médio)

CORTELA, M. S. Não nascemos prontos!Provocações Filosóficas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

FEARN, N. Aprendendo a Filosofar em 25 lições: Do poço de Tales à desconstrução de Derrida. Trad. Maria Luíza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

FIGUEIREDO, V. (Org.). Seis filósofos na sala de aula. Platão, Maquiavel, Descartes, Voltaire, Kant, Sartre. São Paulo: Berlendis e Vertechia Editores, 2006.

GAARDER, J. O Mundo de Sofia. Romance da História da Filosofia. Trad. João Azenha Jr.. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

____________. O Dia do Curinga. Trad. João Azenha Jr.. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

GIKOVATE, F. Os sentidos da vida: uma pausa para pensar. 2a ed. Reform. São Paulo: Moderna, 2004. (Coleção Polêmica)

LEBRUN. O que é poder. Trad. Renato Janine Ribeiro e Silvia Lara. 12a ed. São Paulo: Brasiliense, 1992.


MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 7a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

________________. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

NICOLA, U. Antologia ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. Trad. Maria Margherita

PEGORARO, O. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis, R.J: Vozes, 2006.

SAVATER, F. Ética para meu filho. Trad. Mônica Stahel. São Paulo: Martins Fontes, 2005.





[1] Art. 1º O art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes alterações:  Art. 36.  IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio. Art. 2º  Fica revogado o inciso III do § 1o do art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.  Art. 3º  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília,  2  de  junho  de 2008
[2] Altera o art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio.

terça-feira, 31 de maio de 2016

A CRISE DA ÁGUA E O CAOS NO MEIO AMBIENTE

Imagem de um catador na represa Billings

Infelizmente estamos vivendo a uma crise ambiental de proporções nunca vistas. Atrelado a isso, temos a crise da água não somente no estado de São Paulo, mas no Brasil e no mundo. As represas de abastecimento do Estado de São Paulo em 2014 chegaram a níveis alarmantes e tivemos um racionamento sem precedentes.

Alguns anos atrás pouco mais de 20 anos, eu passava próximo das represas Bilings Guarapiranga e a curtia bem próximo das avenidas com as margens saudáveis e até pescadores. Hoje tenho saudades daquelas imagens. As margens já estão a cetenas de metros e o que se vê é sujeira e degradação. Mas como chegamos a este ponto.



O PROTOCOLO DE KIOTO E O MEIO AMBIENTE
Infelizmente o Protocolo de Kyoto não freou o aquecimento global!
O papel do chamado "Protocolo de Kyoto" firmado em 1997 para ter sua primeira fase de metas de redução de emissão de gazes nocivos ao planeta, não surtiu efeitos positivos até então.
Pelo Protocolo, os 37 países mais ricos do mundo signatários daquele acordo são também os que estão mais poluindo o planeta pela emissão de CO2.
China, EUA, União Européia, Rússia e Japão, estão na ordem dos maiores emitentes de poluentes. Os americanos até hoje resistem às metas de Kyoto, e, somente agora estão se discutindo uma proposta no congresso de limitar voluntariamente as emissões em 5% até 2020. Já os europeus querem enterrar Kyoto, dizendo que o Protocolo não resolveu o problema do aquecimento global, tanto assim que continuam aumentando a concentração de CO2. Assim, pode verificar que o problema  não está no protocolo que os governantes assinaram, e sim em não controlar as emissões.  
A degradação ambiental está aumentando cada vez mais no mundo. Infelizmente o Brasil a despeito de ter a maior floresta do mundo e a maior bacia de água do planeta, atualmente   já está entre os países que mais polui ou degrada o meio ambiente.
O Brasil tem contribuído também para o aquecimento global. Esta um uma constatação de estudos da  Universidade de São Paulo e da PROTOCOL-GHG (Agência ou Instituto que estuda o efeito estufa no mundo. Dados estatísticos também são oferecidos pelo Centro de Estudos em sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas, que recentemente divulgou uma pesquisa de que o Brasil está entre os 20 países que mais contribuiu em 2008 para o aquecimento global. A emissão de Co2 das empresas brasileiras juntamente com o desmatamento e as queimadas representam boa parcela da emissão de gases de efeito estufa. Por outro lado, o gás metano (CH4) que até pouco tempo parecia inofensivo, foi constatado que é o mais perigoso. é também gás metano a flatulência (gases e defecação) de animais, especialmente ovinos, bovinos e suínos. 
O problema é percebido principalmente nas grandes cidades, como São Paulo que tem uma região metropolitana de mais de 20 milhões de pessoas. As conseqüências logo se sente pela respiração e pelos dias mais quentes nos últimos 10 anos.
Portanto, diante de uma realidade tão drástica, o Brasil pode muito bem contribuir para melhorar as condições climáticas do mundo. É necessário cuidar dos rios, desenvolver desde cedo a educação ambiental, implementar projetos de redução do desmatamento, e, todos, governo e sociedade civil, grupos empresariais promoverem o desenvolvimento sustentável tendo como princípio irrevogável a preservação do meio ambiente.

 *Mauro Ferreira de Souza é Bacharel em Filosofia e Teologia (Universidade Mackenzie), Direito (UNIB), Especialista em Filosofia Contemporânea e Historia pela (Universidade Metodista) e Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Mackenzie São Paulo. Doutorando em Filosofia
          Currículo CNPQ:  http://lattes.cnpq.br/6652104071439857

quinta-feira, 19 de maio de 2016

A HUMILDADE DOS REFORMADORES

Reformadores do Século XVI – homens que não temeram

 o mundo, mas temeram à Deus


                  Calvino, Farel, John Knox, Lutero entre tantos outros...homens que, movidos pelo Espírito Santo de Deus, mudaram uma situação em meio a um mundo novo (onde residia a exploração do homem), porém, praticando coisas velhas, que Paulo (o apóstolo missionário), Profetas do Antigo Testamento, o próprio Jesus Cristo, deixaram como premissas para a verdadeira reforma espiritual que o homem necessitava naquela época, como também a é cinco séculos depois.

Esses homens (século XVI) não podiam suportar o problema do outro, nem podiam resolver a dificuldade em que se encontravam, mas uma coisa eles fizeram: suportaram uns aos outros em amor, compartilharam não as vitórias apenas, mas compartilharam todas as dificuldades que um servo de Deus passa ao testemunhar as verdades sobre a corrupção humana e sua residência.

Eles carregavam um ao outro no momento onde parecia não existir mais forças para prosseguir, pois tinham um objetivo a realizar.

Ilustração FILME “SENHOR DOS ANEIS” – passagem da montanha

Foram servos e não se vangloriaram em função de seus comportamentos e atitudes fortes perante a Obra que haviam de realizar, pelo contrario, sabiam reconhecer sua falibilidade e sua suficiência que se encontrava em Cristo.

Ilustração FILME “SENHOR DOS ANEIS” – passagem da coroação do rei

Calvino em uma de suas frases disse: “Nós não somos de nós mesmos; portanto, não façamos nosso alvo a busca daquelas coisas que nos sejam agradáveis; nós não somos de nós mesmos: portanto, até onde nos é possível, esqueçamo-nos, e as coisas que são nossas. Por outro lado, somos de Deus: portanto, que a sua sabedoria e vontade presidam sobre tudo que é nosso. Nós somos de Deus: a Ele, como único legítimo alvo, sejam dirigidas nossas vidas em todos os seus aspectos

Calvino sabia da sabedoria que possuía, contudo, era uma característica que era dada pelo divino criador de todas as coisas. Ele (Calvino) compreendia a sua importância que tinha na sociedade de sua época, ele sabia que era homem notável por onde passava, pois nele se via piedade, era homem bom e cheio do temor à Deus, e isso o fazia ser muitas vezes, duro em suas ações perante certas situações que se encontrara. Homem que agia em consonância com a vontade superior à dele, por mais notável que fosse na sociedade de sua época.


2Timóteo 2.15: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que
não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade




*Mauro Ferreira de Souza é Bacharel em Filosofia e Teologia (Universidade Mackenzie), Direito (UNIB), Especialista em Filosofia Contemporânea e Historia pela (Universidade Metodista) e Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Mackenzie São Paulo. Doutorando em Filosofia
          Currículo CNPQ:  http://lattes.cnpq.br/6652104071439857